400 anos de Vida e Missão neste chão!
- Diocese de Santo Ângelo
- 8 de out.
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Nos preparamos para celebrar em 2026 o IV Centenário da chegada dos Jesuítas ao Rio Grande do Sul. Os padres Roque Gonzales de Santa Cruz, Afonso Rodrigues e João de Castilho trouxeram as sementes do Evangelho e semearam essa Boa Nova no coração dos povos indígenas que aqui encontraram. Movidos pelo desejo de edificar comunidades, os missionários foram os precursores de um projeto novo, audacioso e que serviu como modelo de uma nova sociedade. As Missões Jesuítico-Guarani foram um grande projeto civilizatório, no qual a Igreja contribuiu para o encontro desses povos com a fé cristã, mas, também aprendeu dos povos indígenas um senso comunitário de autocuidado e fraternidade que já havia se perdido na sociedade europeia.
Havia uma compreensão de integralidade do ser humano em sua relação com a terra e todas as formas de vida. Essa compreensão gerava uma relação de cuidado com a terra e seus frutos, rompendo com a mentalidade de mera exploração. Nas relações humanas em sociedade, por exemplo, o compromisso com a educação e o cuidado com as crianças não se restringia apenas aos pais, mas, era um dever de toda a comunidade. Nos diversos serviços realizados, seja no plantio da terra, no cultivo das plantas, nos setores de construção e manutenção da redução, tudo era realizado de forma coletiva, de tal modo que, todos eram estimulados a aprender uma atividade e, consequentemente, davam a sua contribuição para a manutenção da comunidade. Assim, as Missões eram realmente um projeto inovador, visando um ideal de comunidade inspirada nas primeiras comunidades cristãs, conforme as Sagradas Escrituras (cf. At 2,44), de uma comum unidade.
Ainda hoje, a história e o legado das Missões Jesuítico-Guarani tem muito a nos ensinar. Acostumados com um modelo de sociedade egoísta, individualista e egocêntrica que, por vezes, coloca o lucro acima de tudo e de todos, a vida comunitária das reduções resgata a capacidade do ser humano em pensar a dimensão da coletividade, do comunitário, do comum de todos. As celebrações e atividades dos 400 anos da chegada dos Jesuítas têm por objetivo resgatar essa história e nos fazer refletir sobre a importância da vida comunitária e daquilo que o Papa Francisco chamou de “cultura do encontro”. É uma oportunidade única que temos. Somos realmente privilegiados por sermos herdeiros dessa história. Que possamos honrar esse legado e viver esse tempo de graça em nossa Igreja Diocesana!
Pe. Leonardo Envall Diekmann - Coordenador Diocesano de Pastoral

































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