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Conversando sobre espiritualidade


O que é espiritualidade? Como desenvolver uma espiritualidade madura? Segundo Dom Pedro Casaldáliga, espiritualidade é todo o nosso ser. Ele afirma "eu sou minha espiritualidade".

Assim, começamos a compreender que a espiritualidade faz parte de toda a nossa vida, o que faço, o que suporto, o que conquisto, o que busco... Podemos dizer, minha espiritualidade está em todas as dimensões e circunstâncias da minha vida: na família, no trabalho, na comunidade. Está presente em minhas relações com Deus, comigo mesmo, com os outros e com a natureza. Tudo o que me inspira como ser humano. Abrange todo o meu ser no pensar, no discernir e no agir.

Dentro disso, mais especificamente, encontramos diversos tipos de espiritualidade. Toda pessoa que vive com certa intimidade, profundidade, motivada por ideias maiores, por anseios e que luta por grandes ou pequenas causas, podemos dizer, tem espiritualidade.

Como nós "católicos" podemos definir a nossa espiritualidade?

Nossa espiritualidade fundamentalmente está baseada em uma espiritualidade cristã, mais explicitamente no seguimento de Jesus, tendo como essência toda a vida de Jesus. A vida de Jesus explicita sua espiritualidade. Percebemos isso mais claramente na oração do Pai nosso e no mistério da Páscoa, sua morte e ressureição. Dom Casaldáliga ensina-nos que devemos ter uma espiritualidade realista no dia a dia. Inclusive insiste: "eu sou o dia de hoje" com minhas experiências; estudo, trabalho, família, amigos, triunfos, fracassos, ganhos, perdas... Não devemos apenas sonhar com a espiritualidade, mas vivenciá-la. Ele cita três traços para uma espiritualidade madura, autêntica, que não seja infantil, dispersa, mas que envolva todo o nosso ser.

1) Uma espiritualidade personalizada: não pode ser vivida como se fosse apenas uma herança. Sou batizado na igreja, sou ministro, faço parte de uma paróquia, conheço todos os sacramentos, pago o dizimo certinho, sigo todas as normas da igreja então sou uma pessoa madura na espiritualidade? Não!! Mas, viver carregando toda essa "herança" citada acima juntamente com uma espiritualidade vivida de forma crítica e autocrítica, assimilada na minha pessoa com todo o meu jeito de ser.

2) Uma espiritualidade integradora: como dissemos no início: "eu sou minha espiritualidade". Ela deve integrar todo a minha pessoa, minha fantasia, meu corpo, meu modo de pensar, meu modo de agir, minhas vontades, minhas paixões. Ser eu mesmo em todo o meu ser. Por exemplo: meu amor pela Palavra de Deus, minha conversão da igreja evangélica para a igreja católica, meu ministério, minhas experiências com Deus através dos movimentos de Emaús, Cursilho e Acampamento, minha família, minha deficiência física, a superação de um câncer. Cada pessoa precisa viver a sua espiritualidade buscando a integralidade e almejando sempre a paz e a plenitude em sua vida.

3) Uma espiritualidade solidária: não fechada em si mesmo, não egoísta e não isolada, aberta para o próximo, para o serviço do reino, profetizando e anunciando a vida de Jesus em todos os seguimentos da sociedade, na família, no trabalho, na comunidade, com os amigos e vizinhos. Trata-se de cuidar, ajudar e amar o próximo, sendo testemunho vivo e atuante na comunidade.

Diante de todo o exposto, lembramos também de trazer presente em nossa espiritualidade a caminhada da nossa igreja, paróquia e Diocese de Santo Ângelo. Esta, que traz em sua história características específicas, tendo uma espiritualidade missionária, em especial dos Três Santos Mártires das Missões, Roque, Afonso e João, e Nossa Senhora Conquistadora. Nossa Senhora e os Santos Mártires das Missões nos inspiram a perseverarmos na missão, buscarmos novos convertidos e a servir na construção do Reino de Deus. Além disso, devemos sempre ter em mente o pedido de nosso Papa Francisco: "ser uma Igreja em saída, missionária e principalmente voltada para os pobres".


Autor: Claudio dos Santos. Coord. Dioc. dos Ministros Extraordinários

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