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Missa do Crisma no Carmelo de Santo Ângelo tem a participação de quase todos os padres da Diocese


A Missa do Crisma foi celebrada na manhã desta Quinta-feira, 29 de março, na capela do Carmelo de Santo Ângelo com a participação da grande maioria do padres da Diocese de Santo Ângelo. A Missa foi presidida pelo bispo, Dom Liro Vendelino Meurer e concelebrada por todos os padres presentes. A Missa do Crisma é sempre celebrada pela parte da manhã de Quinta-Feira Santa e nela o bispo consagra os Santos Óleos e os padres renovam as suas promessas sacerdotais pronunciadas no dia da ordenação. O bispo em sua homilia destacou o significado dos Santos Óleos e Ano Vocacional, a preocupação com a falta de candidatos para futuros padres e a missão do padre.


Os óleos que o bispo consagra são:


Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos.

Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito.

Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus.


Veja na integra a homilia de Dom Liro


Saudação aos presentes: padres, seminaristas, irmãs do Carmelo, religiosos e religiosas, representantes de paróquias e estimado povo de Deus.

Na celebração dos 50 anos do Carmelo Sagrado Coração de Jesus, aqui em Santo Ângelo, atendemos ao convite das irmãs de realizar a Missa do Crisma no dia de hoje aqui no Carmelo. Agradecemos esta oportunidade e as felicitamos pelo ano jubilar.

No centro da liturgia desta manhã, está a bênção dos santos óleos: o óleo para a unção dos catecúmenos, o óleo para a unção dos enfermos e o óleo do crisma para os sacramentos que conferem o Espírito Santo, ou seja, a Confirmação, a Ordenação Sacerdotal e a Ordenação Episcopal. Nos sacramentos, o Senhor toca-nos por meio dos elementos da criação. Aqui, torna-se visível a unidade entre criação e redenção. Os sacramentos são expressão da corporeidade da nossa fé, que abraça corpo e alma, isto é, o homem inteiro. Pão e vinho são frutos da terra e do trabalho humano. O Senhor escolheu-os como portadores da sua presença. O óleo é símbolo do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, alude a Cristo: a palavra «Cristo» (Messias) significa «Ungido». A humanidade de Jesus, graças à unidade do Filho com o Pai, fica inserida na comunhão com o Espírito Santo e assim é «ungida» de um modo único, é permeada pelo Espírito Santo. Aquilo que aconteceu apenas simbolicamente nos reis e sacerdotes da Antiga Aliança, quando eram instituídos no seu ministério com a unção do óleo, verifica-se em toda a sua realidade em Jesus: a sua humanidade é permeada pela força do Espírito Santo. Jesus abre a nossa humanidade ao dom do Espírito Santo. Quanto mais estivermos unidos a Cristo, tanto mais ficamos cheios do seu Espírito, do Espírito Santo. Chamamo-nos «cristãos», ou seja, «ungidos»: pessoas que pertencem a Cristo e por isso participam na sua unção, são tocadas pelo seu Espírito. Não quero somente chamar-me cristão, mas sê-lo também: disse Santo Inácio de Antioquia.

A liturgia da missa do crisma benze o óleo dos catecúmenos e dos enfermos e consagra o óleo do crisma. Esses exprimem três dimensões essenciais da vida cristã, sobre as quais queremos agora refletir. Em primeiro lugar, temos o óleo dos catecúmenos. Este óleo indica como que um primeiro modo de ser tocados por Cristo e pelo seu Espírito: um toque interior, pelo qual o Senhor atrai e aproxima de Si as pessoas. Por meio desta primeira unção, que tem lugar ainda antes do Batismo, o nosso olhar detém-se nas pessoas que se põem a caminho de Cristo, nas pessoas que andam à procura da fé, à procura de Deus. O óleo dos catecúmenos diz-nos: não só os homens procuram a Deus, mas o próprio Deus anda à nossa procura. O fato de Ele mesmo Se ter feito homem descendo até aos abismos da existência humana, até à noite da morte, mostra-nos quanto Deus ama o homem, sua criatura. Movido pelo amor, Deus caminhou ao nosso encontro. Deus anda à minha procura. Deus ama os homens. Ele sai ao encontro da inquietude do nosso coração, da inquietude que nos faz questionar e procurar, com a inquietude do seu próprio coração, que O induz a realizar o ato extremo por nós. A inquietude por Deus, o caminhar para Ele, para melhor O conhecer e amar não deve apagar-se em nós. Neste sentido, nunca devemos deixar de ser catecúmenos. «Procurai sempre a sua face»: diz um Salmo. A este respeito, comentava Agostinho: Deus é tão grande que sempre supera infinitamente todo o nosso conhecimento e todo o nosso ser. O conhecimento de Deus nunca se esgota. Por toda a eternidade, poderemos, com uma alegria crescente, continuar a procurá-Lo, para O conhecer e amar cada vez mais. «O nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós»: escreveu Agostinho no início das suas Confissões. Sim, o homem vive inquieto, porque tudo o que é temporal é demasiado pouco

Temos, depois, o óleo para a Unção dos Enfermos. Pensamos agora na multidão das pessoas que sofrem: os famintos e os sedentos, as vítimas da violência em todos os continentes, os doentes com todos os seus sofrimentos, as suas esperanças e desânimos, os perseguidos e os humilhados, as pessoas com o coração dilacerado. Ao narrar o primeiro envio dos discípulos por Jesus, São Lucas diz-nos: «Ele enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos». Curar é um mandato primordial confiado por Jesus à Igreja, a exemplo d’Ele mesmo que, curando, percorreu os caminhos do país. É certo que o dever primordial da Igreja é o anúncio do Reino de Deus. Mas este mesmo anúncio deve revelar-se um processo de cura: «...tratar os corações torturados», diz hoje a primeira leitura do profeta Isaías. O primeiro fruto que o anúncio do Reino de Deus, da bondade sem limites de Deus, deve suscitar é curar o coração ferido dos homens. O homem é essencialmente um ser em relação. Mas, se a sua relação fundamental - a relação com Deus – é transtornada, então tudo o resto fica transtornado também. Se o nosso relacionamento com Deus se transtorna, se a orientação fundamental do nosso ser está errada, também não podemos ficar verdadeiramente curados no corpo e na alma. Por isso, a primeira e fundamental cura tem lugar no encontro com Cristo, que nos reconcilia com Deus e sara o nosso coração despedaçado. Mas, além deste dever central, faz parte da missão essencial da Igreja também a cura concreta da doença e do sofrimento. O óleo para a Unção dos Enfermos é expressão sacramental visível desta missão. Desde o início, amadureceu na Igreja a vocação de curar, amadureceu o amor solícito pelas pessoas atribuladas no corpo e na alma.

Em terceiro lugar, temos o mais nobre dos óleos eclesiais: o crisma, uma mistura de azeite de oliveira e com perfumes vegetais. É o óleo da unção sacerdotal e da unção real, unções estas que estão ligadas com as grandes tradições de unção da Antiga Aliança. Na Igreja, este óleo serve sobretudo para a unção na Confirmação e nas Ordens sacras. A liturgia de hoje relaciona com este óleo as palavras de promessa do profeta Isaías: «Vós sereis chamados “sacerdotes do Senhor”e tereis o nome de “ministros do nosso Deus”». Deste modo, o profeta retoma a grande palavra de mandato e promessa que Deus dirigira a Israel no Sinai: «Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa». No meio do mundo imenso e em favor do mesmo, que em grande parte não conhecia Deus, Israel devia ser como que um santuário de Deus para a todos, devia exercer uma função sacerdotal em favor do mundo. Devia conduzir o mundo para Deus, abri-lo a Ele. São Pedro, na sua grande catequese batismal, aplicou tal privilégio e mandato de Israel a toda a comunidade dos batizados, proclamando: «Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para anunciardes os louvores d’Aquele que vos chamou das trevas à sua luz admirável. Vós que outrora não éreis seu povo, agora sois povo de Deus». O Batismo e a Confirmação constituem o ingresso neste povo de Deus, que abraça todo o mundo; a unção no Batismo e na Confirmação introduz neste ministério sacerdotal em favor da humanidade. Os cristãos são um povo sacerdotal em favor do mundo.

Finalmente, dirijo uma palavra especial a vós, caros irmãos no ministério presbiteral. A Quinta-feira Santa é de modo particular o nosso dia. Na hora da Última Ceia, o Senhor instituiu o sacerdócio neotestamentário. «Consagra-os na verdade»: pediu Ele ao Pai para os Apóstolos e para os sacerdotes de todos os tempos. Com imensa gratidão pela nossa vocação e com grande humildade por todas as nossas insuficiências, vamos renovar hoje o nosso «sim» ao chamamento do Senhor: Sim, quero unir-me intimamente ao Senhor Jesus, renunciando a mim mesmo .... impelido pelo amor de Cristo.

Lançamos neste dia o projeto “Para cada comunidade uma nova vocação” nos três estados do Sul: Paraná, Santa Catariana e Rio Grande do Sul. Rezar pelas vocações e evangelizar através das redes sociais. Rezaremos no começo ou final de cada reunião que fizermos, uma dezena do terço. Estaremos todos reunidos por algo bem concreto. Não vamos generalizar e dizer que já estamos rezando. Será algo bem concreto.

O Pe. Rafael, brevemente, lançará o projeto.

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