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Santuário diocesano de Caaró

É especial tradição da Diocese de Santo Ângelo! É acontecimento aguardado pelo povo de Deus. É programação preparada com amor e dedicação! A Romaria diocesana ao Santuário do Caaró marca a vida e caminhada da Igreja Angelopolitana. A devoção aos Santos Mártires das Missões, Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João de Castilho anima romeiros e romeiras e confere solenidade especial a esta atividade. O Caaró, como é conhecido, tem um significado marcante para as pessoas!

Como teve início o Santuário do Caaró? Quais são aspectos marcantes de sua história? Oportuno se faz apresentar alguns pontos sobre tais questões.

Este lugar começou a ganhar tal importância com a missão aí realizada. O Pe. Roque Gonzales de Santa Cruz, acompanhado pelo jovem missionário Pe. Afonso Rodrigues, fundou-a no dia 1º de novembro de 1628. Quinze dias após essa fundação, ocorreu a morte trágica dos dois missionários. Por muito tempo, permaneceu quase sem ser lembrado. (Em 17/11/1628, foi martirizado João de Castilho, em Assunção do Ijuí!)

Em 1928, ano tricentenário do martírio dos três primeiros missionários desta terra, realizou-se, em São Miguel das Missões, uma grande concentração popular para celebrar o histórico evento. Contou com a afluência de cerca de três mil pessoas. Na época, não se tinha ainda a certeza da verdadeira localização de Caaró. A partir desse solene ato, iniciou um movimento de busca pela antiga redução de Caaró, local do martírio. No ano de 1933, a partir de buscas e pesquisas, o lugar foi definido e ali foi erigida uma grande cruz.

Um acontecimento deu mais consistência a esse movimento e favoreceu a devoção aos Santos Mártires: sua beatificação pelo Papa Pio XI, em 28 de janeiro de 1934. Isso foi decisivo para a efetivação do Santuário. E, já em 1936, foi lançada a pedra fundamental de um pequeno santuário em honra dos três bem-aventurados Mártires, em Caaró. Começou a ser cuidado por padres jesuítas.

Padres jesuítas residiram no Santuário, de 1972 a 1988. A partir da década de 1980, a Diocese realizou iniciativas para melhor adequar o espaço do Santuário. Ressalte-se: cuidados na preservação da fonte; colocação de quadros da Via-Sacra, no caminho da fonte; construção de casa de retiros; edificação de hospedaria e restaurante para acolhida a peregrinos; ampliação da capela, transformando-a em igreja-santuário. Ainda: aquisição de lotes de terra contíguos, ampliando a área do bosque; construção de altar-monumento; edificação de pavilhões para atender romeiros; ampliação do bloco de sanitários. Procedimentos sempre acompanhados por zeloso cuidado pela preservação do ambiente natural do Santuário.

Todo esse movimento e iniciativas em prol do Santuário foram vivamente ressaltados por um acontecimento histórico solene. No dia 16 de maio de 1988, em Assunção, Paraguai, o Papa João Paulo II canonizou, oficialmente, em nome da Igreja, os três Mártires: Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João de Castilho. Desse modo, o Santuário do Caaró e a devoção aos Santos Mártires missioneiros recebem o selo eclesial oficial.

Assim, o Santuário do Caaró apresenta-se como espaço religioso, histórico, cultural e místico. Seu caráter religioso é evidenciado pelo culto à memória dos Santos Mártires. É espaço histórico ao evocar acontecimentos da ação missionária ocorrida nessa região. Sua dimensão cultural aparece nos traços arquitetônicos, nas obras de arte ali presentes; também na perspectiva de turismo religioso que proporciona. O aspecto místico fica caracterizado pelo conjunto do ambiente configurado, que favorece a meditação pessoal, num remanso de paz, oração e sacrário ecológico, com destaque para a fonte d’água.

Neste Santuário, as pessoas têm a graça de experimentar, pela intercessão dos Mártires, a bênção deste lugar santificado pelo seu sangue. É um momento para celebrar e expressar a fé e viver a experiência de encontro com Jesus Cristo, renovando a esperança. O Santuário do Caaró é um lugar especial de devoção aos Santos Mártires. As pessoas confiam na intercessão dos Santos Roque, Afonso e João para fortalecer o seu testemunho cristão. Buscam beber nessa fonte de espiritualidade para saciar sua sede espiritual. Ali sentem-se agraciados pela bondade de Deus. Na Romaria, como peregrinos, elevam seus louvores ao Deus da vida.

Reunir-se, em oração, louvor, gratidão, súplica confiante, em Romaria fortalece tais disposições. Sentir a força do testemunho dos Santos Mártires, no local sagrado de sua veneração favorece a vivência da solidariedade com quem sofre e vive as aflições do dia-a-dia. O “coração” de São Roque Gonzales continua a palpitar para aquecer o desejo de vida e saúde das pessoas.


Autor: Pe. Carlos José Griebeler

Assessor diocesano Animação Bíblico-Catequética

(Artigo publicado no Elo Diocesano - edição novembro de 2020)

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