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A alegria do amor na Família - Entrevista temática com Dom Ricardo Hoepers

Confira a entrevista temática concedida ao ELO Diocesano por Dom Ricardo Hoepers, atual Secretário Geral da CNBB, na qual o prelado nos ajuda a refletir sobre o tema "A alegria do amor na Família".


Elo Diocesano: Quando falamos em Ano Família automaticamente nos vêm à mente o sacramento do Matrimônio. Como podemos conscientizar e estimular nosso povo sobre a beleza e a importância desse sacramento?

Dom Ricardo: Esse, de fato, é um grande desafio. Muitas pessoas já perderam o sentido dos sacramentos. Muitas famílias já não têm uma base cristã e não sentem necessidade de aprofundar a fé ou buscar a graça do sacramento, seja porque não entende o significado, seja por tibieza. Mas, através da Pastoral Familiar, a Igreja vem trabalhando incessantemente para mudar esse quadro. Estamos motivando e tornando conhecido o Itinerário Personalizado para o acompanhamento dos casais que buscam o sacramento do matrimônio. Os resultados são surpreendentes!

Como se trata de um trabalho personalizado, o casal é acompanhado passo a passo na sua preparação sacramental. Através de um casal catequista, capacitado para esse acompanhamento personalizado, os noivos começam um processo de discernimento e de aprofundamento de temas bem concretos e reais da vida do casal, bem como momentos de doutrina sobre o sentido do casamento cristão. Como tudo é feito com meses de antecedência, o casal tem tempo de degustar e meditar as partilhas e os temas. Tudo é realizado como um processo que traz consigo o envolvimento do pároco, do ministro que irá realizar o rito do matrimônio e até dos pais e dos padrinhos. Todos são envolvidos no itinerário e em algum momento participam das reflexões.

Esse método tem mudado o conceito de preparação para o matrimônio, e tem aproximado os casais de seus párocos e suas comunidades. Deixa de ser “cursinho de noivos” para ser uma catequese mistagógica de caráter kerigmático e de crescimento na fé. As Dioceses que já assumiram essa metodologia têm sentido a diferença nas comunidades onde esse processo foi implantado. Outro aspecto interessante é que depois há um outro itinerário para os recém-casados, de modo que a espiritualidade conjugal vai sendo aprofundada com um engajamento na comunidade e nos grupos que vão se organizando para viver o verdadeiro sentido do amor conjugal.

Nós somente vamos conscientizar e estimular o nosso povo sobre a beleza e a importância do sacramento do matrimônio se investirmos na preparação dos futuros casais, aprimorando nossa metodologia e fazendo um acompanhamento personalizado, pois cada família é um dom de Deus e merece ser cuidada desde o seu início.

Elo Diocesano: Como o exemplo da Sagrada Família de Nazaré pode inspirar nossas famílias hoje?

Dom Ricardo: Olhemos para a Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Passaram por momentos difíceis, desde a saída de Nazaré, a chegada em Belém, a falta de lugar na hora do nascimento de Jesus, a fuga para o Egito, o retorno à Nazaré, a manutenção do lar, e todos os outros desafios que não são conhecidos, mas toda família passa. Assim, contemplar a família de Nazaré é:

1º) Aprender a seguir a vontade de Deus como como foi o sim de José e Maria;

2º) Deixar-se guiar pela fé que vai mostrando o caminho a seguir;

3º) Perseverar no amor pelo bem da família;

4o) Não desanimar em meio às dificuldades;

5º) Santificar a vida cotidiana;

6º) Cuidar daqueles que nos foram confiados;

7º) Estar disposto sempre a servir a Deus e ao próximo.

Essas são algumas das lições que a Sagrada Família nos ensina. Por isso, precisamos acreditar e investir na família como nosso maior tesouro. Se o próprio Deus quis nascer em uma família, significa que é o lugar mais sagrado onde somos chamados à vida. Na família experimentamos o amor que transborda da Trindade e fecunda a humanidade para ser sua imagem e semelhança. Na família de Nazaré o Amor se fez compreensível e alcançável, simples e terno. Portanto, vamos cuidar desse tesouro e como diz a bela canção do Pe. Zezinho “que nenhuma família termine por falta de amor”.


Entrevista concedida ao Pe. Leonardo Envall Diekmann,

publicada no ELO Diocesano de junho de 2021.

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