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Na Carta Apostólica do Papa Francisco, sobre a atenção a ser dada aos textos bíblicos, encontram-se aspectos bem marcantes para a vida e a fé cristã. Nela estão presentes sábias reflexões, profundas meditações, claras proposições expressas em linguagem muito simples e acessível. Não apresentam especiais novidades. No entanto, constituem preciosas lições a merecerem destaque.

Em sua reflexão, o Papa lembra que a Sagrada Escritura surgiu da vida e caminhada do povo em sua experiência da presença e ação de Deus na sua história. Trata-se de uma relação de aliança: Deus, com sua Palavra, conduz seu povo nos caminhos da vida em busca de sua dignidade; o povo é convidado a deixar-se guiar por essa luz. Essa trajetória nem sempre foi pacífica; esse relacionamento resultou, tantas vezes, decepcionante ou fracassado pelas fragilidades e instabilidades do povo. Fazia-se necessário voltar as atenções à Palavra de Deus.


Voltar à Palavra


O Papa, na Carta, desenvolve sua meditação servindo-se de uma significativa imagem do texto bíblico. Retoma o texto que trata do

“regresso do povo de Israel à pátria, depois do exílio da Babilônia”. Mostra que este foi um momento de forte crise na sua história. O povo que fora dispersado, ao retornar à sua terra, reúne-se no antigo espaço de oração. Este fato “foi assinalado de modo significativo pela leitura do livro da Lei”. Quem viveu a dispersão com o exílio, “agora encontra-se reunido à volta da Sagrada Escritura”. Esta leitura solene, escutada com atenção pelo povo, causou profunda comoção. As lideranças animavam o povo com as palavras: “a alegria do Senhor é a vossa força”.

Dessa narrativa, o Papa conclui precioso ensinamento. Diz: “Estas palavras encerram uma grande lição. A Bíblia não pode ser patrimônio só de alguns e, menos ainda, uma coletânea de livros para poucos privilegiados. Pertence, antes de mais nada, ao povo convocado para a escutar e se reconhecer nesta Palavra. Muitas vezes, surgem tendências que procuram monopolizar o texto sagrado, desterrando-o para alguns círculos ou grupos escolhidos. Não pode ser assim. A Bíblia é o livro do povo do Senhor que, escutando-a, passa da dispersão e divisão à unidade. A Palavra de Deus une os crentes e faz deles um só povo”.


Auxílios oportunos


Diante disso, o Papa ressalta o serviço de quem exerce o ministério da Palavra na vida da comunidade de fé. Sendo a Sagrada Escritura o livro do povo, para gerar nele a unidade pela escuta atenta da Palavra, é decisiva a tarefa de favorecer sua compreensão. E, para tanto, a homilia recebe atenções especiais das reflexões do Papa. Ele alerta que “introduzir profundamente na Palavra de Deus, com uma linguagem simples e adaptada a quem escuta, requer do sacerdote que faça descobrir também ‘a beleza das imagens que o Senhor utilizava para incentivar a prática do bem’. Trata-se duma oportunidade pastoral a não perder!” Insiste que seja muito bem preparada; que chegue ao coração das pessoas que escutam; que fale o essencial para produzir bons frutos.

Na sua meditação, o Papa oferece também um singelo, mas precioso recado para as pessoas catequistas. Ele afirma: “é bom também que os catequistas, atendendo ao ministério que desempenham de ajudar a crescer na fé, sintam a urgência de se renovar através da familiaridade e estudo das sagradas Escrituras, que lhes consintam promover um verdadeiro diálogo entre aqueles que os escutam e a Palavra de Deus”. Desse modo, fica bem destacado este caráter da bíblia como livro do povo. E resulta claro o convite para uma sempre maior familiaridade com esta preciosa riqueza.


Autor: Pe. Carlos José Griebeler -

Pároco da Paróquia Ascensão do Senhor - Santo Cristo

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