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Santuário Diocesano do Caaró

O Santuário do Caaró está localizado no município de Caibaté, no exato local da antiga redução de Caaró, no primeiro ciclo das reduções jesuítico-guaranis. O Santuário demarca o local do martírio dos padres Jesuítas Roque Gonzales de Santa Cruz, Afonso Rodrigues e João de Castilhos. Todas as semanas, diversas caravanas de romeiros, peregrinos e turistas de diversos lugares do Rio Grande do Sul e até mesmo do exterior visitam o Caaró. Um grande atrativo do local, além de toda a dimensão histórica, é a fonte d´água, que segundo a lenda, teria sido abençoada pelo próprio São Roque Gonzales antes de seu martírio. Curiosamente, mesmo com as diversas secas e estiagens que assolaram a região, a fonte nunca secou ou diminuiu. Sua água permanece limpa, cristalina. 

Horários de Celebração no Santuário:

Todos os Domingos às 10h

Conheça o site do Santuário

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Conheça a História dos Santos Mártires:

Em 1626, padres jesuítas iniciaram seu trabalho missionário na região noroeste do que hoje é o estado do Rio Grande do Sul, fundando várias reduções, naquilo que ficou conhecido como o primeiro ciclo das Reduções Jesuítico-guaranis. Em 1ª de novembro 1628, o Pe. Roque Gonzales fundou a redução de Todos os Santos, em Caaró, hoje município de Caibaté. Nem todos os índios aceitaram a presença nova dos missionários. Houve um estranhamento, sobretudo porque os padres mudaram o antigo modo de vida dos guaranis.

 

 

 

 

 

matastes, porém, somente meu corpo, pois minha alma está no céu. E não tardará o castigo porque virão meus filhos para punir-vos por terdes maltratado a imagem da Mãe de Deus. Mas eu voltarei para vos ajudar porque muitos trabalhos vos hão de sobrevir por causa de minha morte”. O fogo consumiu os corpos dos sacerdotes, mas o coração do padre Roque ficou intacto. Os rebeldes, enfurecidos, tomaram o coração, ferindo-o com uma flecha e abandonando o lugar. Os restos mortais dos padres foram recolhidos e levados ao Paraguai, sede da então província dos jesuítas na época. Lá o coração permaneceu guardado, intacto, incorrupto.

Um pajé da região, conhecido como Nheçu, mobilizou uma resistência indígena contra o processo de evangelização. Essa resistência instigada pelo pajé Nheçu, culminou no martírio dos três padres jesuítas, Roque Gonzales de Santa Cruz, Afonso Rodrigues e João Castilho, em 1628. Os padres Roque e Afonso foram brutalmente assassinados na redução de Caaró no dia 15 de novembro daquele ano. Já o padre João de Castilho foi martirizado na redução de Assunção do Ijuí, hoje município de Roque Gonzales. Juntamente com os três missionários jesuítas, indígenas guaranis defensores dos sacerdotes também tiveram suas vidas sacrificadas.

Reza a lenda que após serem assassinados, os corpos dos padres Roque e Afonso foram atirados às chamas. A redução de Caaró foi destruída. O quadro de Nossa Senhora da Conceição, a quem o padre Roque chama de Conquistadora, foi destruído pelos rebeldes. Tendo o objetivo, foram embora. No dia seguinte, os revoltosos retornaram à redução de Caaró. De onde haviam queimado os corpos dos sacerdotes se fez ouvir uma voz vinda do coração de Roque, a qual dizia: “Matastes a quem vos amava e queria bem;

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Após esse trágico acontecimento, por 50 anos cessou o trabalho missionário na região. Na retomada das ações missionárias, a partir de 1682, foram fundadas nesta região sete reduções conhecidas ainda hoje por Sete Povos das Missões. Esses prosperaram até 1756 quando foram destruídos. Após essa destruição, novamente a região ficou bastante despovoada. A partir dos anos 1900 houve o processo de colonização e povoamento nessa região.

Em 1928, com maciça presença da Igreja, feita de imigrantes e padres jesuítas, por ocasião da celebração do tricentenário do martírio dos três padres, iniciou um movimento de busca pela antiga redução de Caaró, local do martírio de dois dos três missionários. Com o apoio dos católicos da colônia de Serro Azul (hoje conhecida como Cerro Largo), de Caibaté e Mato Queimado, o padre jesuíta Luiz Gonzaga Jaeger realizou a busca do local da antiga redução.

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E no dia 15 de novembro de 1933, o local foi assinalado com uma cruz. Desde então, grupos de fiéis, anualmente, percorreram a pé, longas distâncias ao local de veneração dos mártires.

Um outro jesuíta, Pe. Max Von Lassberg, desde Cerro Largo, organizou um grupo de colonos e junto com eles lançou a pedra fundamental de um pequeno santuário, em Caaró, no ano de 1936. Nas últimas décadas o santuário foi ampliado, tal como o espaço de acolhida de romeiros, peregrinos e turistas. O local vem se consolidando como um marco importante para a fé o turismo religioso da região missioneira.

Pisar o solo onde os mártires derramaram seu sangue é uma experiência muito forte para o povo fiel. Mas, dois outros símbolos sempre atraem multidões: a água da fonte do Caaró e o coração do Pe. Roque Gonzales. A água da fonte está sempre disponível, límpida e milagrosa no decorrer dos tempos. Peregrinos vindos de outros estados e até outros países buscam a milagrosa água do Caaró. Água da fonte que brota da terra, terra manchada pelo sangue dos padres jesuítas. O coração do missionário jesuíta, protomártir do Rio Grande do Sul, de tempos em tempos vem em peregrinação ao local, desde a Igreja de Santo Inácio, em Assunção no Paraguai, onde permanece desde 1628, ano do martírio.

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