A Pastoral Carcerária está presente na Diocese de Santo Ângelo há mais de 30 anos, como a presença misericordiosa da Igreja Católica junto a dura realidade do cárcere. No território da Diocese de Santo Ângelo existem 6 unidades de encarceramento, situadas nas cidades de Santo Ângelo, Santa Rosa, Santo Cristo, Cerro Largo e São Luiz Gonzaga, além da FASE, em Santo Ângelo. Tendo em vista um mundo mais solidário e fraterno, onde não haja cárcere, o principal objetivo e atividade da Pastoral Carcerária é lutar pelo fim da política de encarceramento em massa, denunciando os casos de tortura, maus tratos e violência que ferem os direitos humanos e que corriqueiramente acontecem internamente nos presídios, seja por parte dos próprios presos ou dos agentes penitenciários.
A Pastoral Carcerária prioriza a integridade física e moral daqueles que são privados da liberdade. Ela busca conscientizar a sociedade da real situação do sistema penitenciário, apontando para a superação da justiça retributiva/punitiva em vista da justiça restaurativa. Sua atuação se dá em meio aqueles(as) que tem sua liberdade privada e suas famílias, através de reuniões de formação, espiritualidade e atualização, priorizando e apostando na valorização da pessoa humana em vista de sua regeneração e reinserção social. Trata-se de levar às últimas consequências a palavra do Senhor: “Eu estive preso e me visitaste” (Mt 25,36).
Principais Atividades
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Visitas aos presos, especialmente quando doentes, nas enfermarias ou nas celas de castigo ou de “seguro”;
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Celebrações e encontros de reflexões (formação cristã, eucaristia, círculos bíblicos, novenas, CF’s…);
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Atenção especial às áreas de extrema violência nas prisões;
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Sensibilização das comunidades sobre os problemas dos presos e o valor da Pastoral Carcerária;
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Parceria e relacionamento de trabalho com os poderes públicos.
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Diálogo com a sociedade a fim de promover uma consciência coletiva comprometida com a vida e a dignidade da pessoa humana.
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Trabalhar com os meios de comunicação;
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Participar das reuniões de formação, de atualização, de espiritualidade da equipe da Pastoral Carcerária local , nunca trabalhar isoladamente.
O Papa Bento XVI já nos lembrava em sua exortação apostólica Africae Munus, que “os presos são pessoas humanas, que apesar de seu crime, merecem ser tratadas com respeito e dignidade. Precisam de nossa solicitude”. Atualmente o número de agentes da Pastoral Carcerária na Diocese é de 30 pessoas. São leigos/as, presbíteros, religiosas e nosso bispo diocesano, que todas as semanas, em quatro das cinco unidades de detenção (Santo Ângelo, Santo Cristo, Cerro Largo e São Luiz Gonzaga) realizam visitas aos encarcerados. O principal objetivo das visitas é a assistência religiosa. Em tais visitas, os agentes da Pastoral realizam círculos bíblicos de leitura orante da Palavra de Deus, conversas individuais e coletivas com os/as apenados/as, buscando saber como os mesmos estão sendo tratados, as situações dos presídios, a realidade familiar dos apenados... Além das conversas e dos círculos bíblicos também são celebradas Missas, bem como celebrações da Palavra e Eucaristia.
A Pastoral Carcerária e a Justiça Restaurativa
Recordando as palavras do Santo Padre, Francisco, em sua exortação apostólica Evangelii Gaudum, “os males do mundo e os da Igreja não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor”. Neste espírito, ciente da necessidade de cultivar uma nova mentalidade na sociedade diante das situações nas quais emerge a criminalidade e a violência, a Pastoral Carcerária de nossa Diocese, em comunhão com a Coordenação Estadual da mesma Pastoral, vem organizando as Escolas de Perdão e Reconciliação – ESPERE. O Objetivo deste trabalho é, a partir de uma vivência pessoal do perdão e da reconciliação, conscientizar as pessoas que participam da ESPERE sobre a importância da justiça restaurativa na construção da paz em sociedade, tendo em vista a civilização do amor. Nesta caminhada já realizamos duas edições da ESPERE. Através desta ação buscamos apresentar a face de uma Igreja que acredita na misericórdia e no perdão.