Seminário Pe. Adolfo Gallas: Casa de Formação e Encontros
Breve histórico:
Em 1910 ocorre a fundação da diocese de Uruguaiana. No ano 1922 é criada a paróquia Ascensão do Senhor, Santo Cristo. De 1937-56, Pe. Adolfo Gallas foi o 3º pároco em Santo Cristo (até falecer em 19/agosto/1956!). Entre o povo, era forte o desejo: ter um seminário mais próximo. Em 1958, foi tomada uma providência para construir seminário: a compra de colônia de terra na Linha Central.
Em 12/junho/1962 aconteceu a instalação da diocese de Santo Ângelo. O seu 1º Bispo era D. Aloísio Lorscheider. O povo de Santo Cristo renovou o ânimo para construir um seminário. Dia 24/setembro/62, houve uma assembleia de padres no Seminário de Cerro Largo, com a decisão: construir o seminário em Santo Cristo, com o patrono Pe. Adolfo Gallas.
Na festa da Paróquia, maio/1963, esta decisão foi comunicada ao povo. É lançada primeira campanha popular: arrecadar recursos para essa obra. No Livro de Memórias (do Seminário), consta: “com grande júbilo o povo aceitou o encargo de, mais uma vez, mostrar seu entusiasmo para com a Igreja, contribuindo para o início das obras do seminário”.
Durante o ano 1964, decisivas providências para iniciar a obra: instalada rede elétrica; reservatório de água; terraplanagem (oferta da Prefeitura Municipal) do local; compra de materiais (ferro, tijolos, cimento, pedras, tábuas...). Em 30/outubro iniciou a construção de alicerces; até 05/dezembro, 59m de alicerce prontos.
No dia 06/12/64 teve grande festa popular, com bênção da pedra angular do novo seminário. Nas Memórias: “29/11/65: término das concretagens no seminário”; e ainda: “assim, em justamente 13 meses, erguemos as seguintes alas: 59m de comprimento e 13m de largura com três pisos; 54m de comprimento e 13m de largura com dois pisos; 29,7m de comprimento por 8m de largura em três pisos; 39m por 9m em dois pisos. Continua o trabalho do carpinteiro da armação do telhado”. (Do início da obra, Pe. Waldemar Maldaner coordenou os trabalhos!)
Durante a construção, houve generosas coletas do povo em favor do seminário. “A grande colaboração popular em mão-de-obra foi o maior contributo do ano” (1965). Estima-se: nesta fase (13meses) houve mais de 3.000 dias de trabalho gratuito, por parte do povo de Santo Cristo e paróquias vizinhas.
No ano 1965, o destaque foi a grande campanha de doação de madeiras. Nas Memórias: “tivemos madeira suficiente para toda armação do telhado, todas as esquadrias, todos os móveis do seminário, ... Foi o valor que dificilmente será avaliado em moeda... A campanha da madeira foi toda realizada pelo Pe. Fridolino Binsfeld”.
Nos anos 1966 a 1968, seguiu a obra: rebocos, acabamentos, pisos, calçadas. Ao mesmo tempo, um marceneiro permanente, João Silvério Schuster (morava no ‘térreo’ do seminário, com sua família!), trabalhava as aberturas e móveis. Das Memórias: “frequentes e oportunas colaborações em mão-de-obra, por voluntários, facilitam o trabalho. Assim, atravessando muitas horas difíceis superadas sempre com espírito otimista, chegamos afinal em março de 1969, data marcada para o seminário receber os primeiros alunos”. (Para lembrar: ao longo de quase 5 anos mais de 4 mil dias de trabalho gratuito de pessoas voluntárias!)
A destacar: no tempo da construção e nos anos de atividades do Seminário sempre foi grandiosa a colaboração do povo; continua sendo a grande força de sua manutenção.
O Seminário:
Dia 11/março/1969: abertura solene das atividades do Seminário Pe. Adolfo Gallas, com a chegada dos 36 primeiros seminaristas (3 anos do Curso Clássico!). Um pouco antes, comunidade de Irmãs Filhas do Amor Divino estabeleceu-se para atender no Seminário. (Ali viveram seu serviço por cerca de quarenta anos!).
- No início (4 anos), os seminaristas ali fizeram os estudos do Curso Clássico (o atual Ensino Médio!). - Em 1970, foi introduzido o Curso “Propedêutico Filosófico-Teológico”, conhecido como propedêutico. Desde então, após o Ensino Médio, os seminaristas que passaram no Seminário Gallas realizaram este curso de um ano (Ao longo do tempo, ele foi feito de diferentes jeitos!).
- A partir de 1973, no Seminário, passou a ser realizado o curso de Filosofia. De então até o final das atividades seminarísticas, tornou-se o local da etapa de formação da Filosofia (o curso, por certo tempo, foi feito na Faculdade em Santa Rosa; os seminaristas morando no seminário!)
- De 1969 até final de 2008, passaram pelo Seminário, 334 seminaristas (entre eles, por vários anos, também da diocese de Cruz Alta). Ali viveram a etapa de formação da Filosofia. Destes, 58 foram ordenados padres. - Nesses anos, muitos padres e leigos/as atuaram como professores/as, acompanhando a formação ali realizada.
Nestes mais de 50 anos do Seminário, muitas pessoas prestaram seu serviço como funcionários e funcionárias para bem atender a quem ali viesse. Várias famílias se sucederam no cuidado da chácara.
Reitores: Côn. Afonso Hammes; Pe. Estanislau Kreutz (logo após, o 2º bispo da Diocese); Pe. Lúcio Kreutz; Pe. Waldemar Maldaner; Pe. Aulério Sehnem; Pe. Rosalvo Frey; Pe. Ângelo Arnhold; Pe. Danilo Hertz; Pe. Afonso Werle; Pe. Donato Rademann; Pe. Cenir Sturm; Pe. Leonardo Lunkes e Pe. Lauro Büttenbender, provedor do Seminário, desde 1995 até o final do ano de 2020.
Formação de lideranças
Desde o início, o Seminário foi espaço para encontros, reuniões, formação de lideranças. Acolheu jovens agricultores, com formação para o trabalho rural (por 5 anos teve o Instituto de Educação Rural). Ali, por muitos anos, foi realizada a Escola de Agentes de Pastoral de toda Diocese, duração de 3 anos, duas semanas intensivas em janeiro e uma em julho (formação de ministros/as!). Por um tempo, sediou a Casa Familiar Rural. Atualmente, também acolhe grupo de Educação Infantil. Segue sendo Casa de Formação, de reuniões, festas familiares, convívio fraterno, ...
Nesses mais de 50 anos, sempre houve muita formação de lideranças pastorais, sociais e para o trabalho humano na sociedade. Dessa ação formativa resultou um grande “capital humano” com atuação decisiva em tantos lugares, Brasil a fora!
Melhorias...
Durante os mais de 50 anos, várias adaptações e reformas no Seminário: salão de encontros (anos 80); mudanças no 3º piso, no ‘térreo’ e cancha de bochas (anos 90); tudo para melhor adequá-la às suas finalidades. O prédio sofreu, mais de uma vez, avarias por intempéries e precisou de reparos. Já no tempo da construção e nas outras alterações houve também aporte de recursos de entidades da Igreja da Europa.
Assim, com a colaboração generosa do povo, o Seminário segue ...
Padres ordenados:
Nome, data/ordenação: 1. Vicente Szelbracikowski(+), 24.7.76; 2. Roque Thume, 11.12.76; 3. Rosalvo Frey, 18.12.76; 4. João Nelson Loro, 08.12.77; 5. Hugo Pedro Bieger, 17.12.77; 6. Aulério José Sehnem, 14.1.78; 7. Amando Francisco Haab, 19.8.78; 8. Aloísio Ruedell, 31.12.78; 9. Ângelo Inácio Arnhold, 07.12.79; 10. João Romaldo Colling, 13.12.80; 11. Léo Zeno Konzen, 20.12.80; 12. Orides Welter, 31.12.80; 13. Leonardo Lunkes, 06.12.81; 14. Tarcísio José Dewes, 02.1.82; 15. João Ivo Puhl, 16.1.82; 16. Nelmo Roque ten Katen, 06.2.82; 17. Aloísio Weber(+), 27.2.82; 18. Seno Luiz Hoffmann, 01.1.83; 19. Décio José Walker, 08.1.83; 20. Danilo Claudino Hertz, 08.12.84; 21. Pedro Irineu Rauber, 30.12.84; 22. Eugênio João Hartmann(+), 12.1.85; 23. Guido Aloísio Walter, 08.12.85; 24. Luís Felipe Alles, 29.12.85; 25. Luiz Martenexen, 01.1.87; 26. Donato José Rademann, 11.12.87; 27. Tarso Paulo Alles, 01.1.88; 28. João Luiz Machry, 08.1.89; 29. Carlos José Griebeler, 03.2.89; 30. Jacob Luiz Rademann, 08.12.89; 31. Aloísio Kuhn, 15.12.89; 32. Estacínio Ruci Rocnieski, 24.11.90; 33. Lino Albano Bieger, 30.12.90; 34. Léo Kieling, 28.12.91; 35. Luís José Weber, 29.12.91; 36. Julci Stefano Becker, 31.12.93; 37. Erno Junges, 16.12.94; 38. Edegar de Matos, 08.12.95; 39. Inácio Fengler, 15.12.95; 40. Dionísio Weyh, 13.12.96; 41. Evelácio Tadeu Bambeg, 04.12.98; 42. Cenir Luís Sturm, 18.12.98; 43. Luís Jerônimo Schütz, 01.1.99; 44. Marcelo Adriano Rolim, 06.03.99; 45. Roque André Zaro, 05.1.01; 46. Volmir Roque Tusset, 06.12.02; 47. Dércio Luís Heck, 13.12.02; 48. Valcir Luís Puhl, 13.12.02; 49. Valmir José Puhl, 13.12.02; 50. Albino Cláudio Schallenberger, 19.12.03; 51. Eliseu José Backes, 26.8.05; 52. Cassiano Czermaneski, 15.12.06; 53. Fábio César Junges, 19.12.08; 54. Rafael José Backes, 10.12.10; 55. Adriano André Maslowski, 27.12.13; 56. Giani Marcos Pitol, 09.1.15; 57. Marcos Reneu Zaro, 19.6.15; 58. André Paulo Junges, 18.12.15.
(Obs.: Desses 58 padres ordenados, 40 seguem no exercício do ministério; 3 são falecidos; 15 deixaram o exercício ministerial, dedicam-se a outras atividades!)
Autor: Pe. Carlos José Griebeler,
Coordenador do Conselho de Administração do Seminário.
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