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Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso


Este é o tema proposto para a meditação do povo de Deus pela Campanha da Fraternidade/2020. Esta grande mobilização popular, incentivada, organizada e promovida pela Igreja no Brasil, há mais de 5 décadas, desperta e encoraja as disposições para a solidariedade e autêntica fraternidade. A proposição de temas que emergem como desafios do cotidiano das pessoas na sociedade humana convida para a reflexão serena e intensa. As dores humanas, os sofrimentos presentes na vida das pessoas constituem apelos para a vivência de gestos solidários. Tudo isso iluminado pela força da Palavra de Deus a ser sempre acolhida, prezada e valorizada.

Trata-se, pois, de realizar aproximações ao tema em questão. É preciso ter atenção bem fixada no enunciado: “fraternidade e vida: dom e compromisso”! De imediato emergem aspectos bem significativos. Há um convite bem sugestivo: ter bem em conta que a vida, a das pessoas humanas e de todas as criaturas do universo, é, de fato, um “dom”, um presente! Por certo, nem sempre, isso está bem evidente. Tantas vezes deixa de ser percebida esta realidade em seu alcance. A vida é dom, presente valioso, uma preciosidade. E, mesmo que, na grande maioria das situações, a percepção mais evidente seja a da fragilidade, precariedade e vulnerabilidade da vida, ela é preciosa. É um tesouro inestimável. Como lembra o autor bíblico: “este tesouro nós o carregamos como em vasos de barro”! Sim! Sempre há a percepção de que a vida está por um fio! No entanto, ela é um valioso presente. Eis, assim, um primeiro convite: acolher, estimar, apreciar, de modo adequado, este dom! Isso é parte do mistério da vida.

Outro aspecto que emerge do enunciado: a vida, como dom, é compromisso. Se a vida se oferece e apresenta em sua beleza, como preciosa, precisa, de fato, ser assim reconhecida, estimada, respeitada e promovida. Eis o compromisso. E este é um aprendizado lento e gradual. Nada disso está automaticamente presente na vida humana. Até porque existem muitas resistências a dificultar tal aprendizado e sua vivência no cotidiano das pessoas. Em tempos de crise de sentido da existência humana e do ambiente natural, onde parece imperar, com muito mais força, uma sempre crescente banalização da vida, esta tarefa de compromisso com a vida se torna mais urgente e necessária. É preciso, pois, afirma-la com firmeza e intensidade crescente.

Ora, se tais propósitos não estão, de antemão, dados; se as questões desafiadoras não são, de imediato, percebidas; se o tema não é evidente em si mesmo, necessita-se buscar, percorrer caminhos, assumir iniciativas nesse sentido. Eis, então, o convite da Campanha: a de realizar um percurso que contemple tais intenções. O lema aponta nessa direção: “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. E indica também pistas ousadas e corajosas para tanto. Em outras palavras: trata-se de ver, solidarizar-se e cuidar. “Não se pode viver a vida passando ao largo das dores dos irmãos e irmãs”. O que você já sentiu, meditou, resolveu a respeito disso? Já assumiu alguma disposição a ser vivida nesse sentido?

Pe. Carlos José Griebeler

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