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“Animar a partir da Bíblia a espiritualidade, a vida e as atividades das pessoas e das comunidades”. Eis o objetivo próprio, especial, previsto no 18º plano de pastoral da Igreja diocesana para este ano 2020. A intenção está, também, expressa no mesmo texto desse plano. “Mais do que conhecer a Bíblia, importa que a Igreja e seus membros sejam bíblicos, ou que continuem a viver a fé do povo da Bíblia e a atualizem no presente, em cada época, lugar e situação da história”.

O propósito almejado, por meio das intuições do plano de pastoral, é o de que as pessoas e comunidades se dediquem, motivem, criem e realizem atividades, iniciativas e práticas de leitura, estudo, meditação e orações com textos da Bíblia. É oportuno que essa riqueza da tradição cristã seja mais reconhecida, acolhida e tornada presente na vida de cada dia. Seja uma referência firme da vida de fé pessoal e comunitária.


Animação bíblica da vida e da pastoral


Há vários anos vem sendo motivada a busca por mudanças de compreensões das pessoas e comunidades em relação à Bíblia. Por muito tempo insistiu-se na importância e necessidade de haver, nas comunidades, uma pastoral de animação bíblica. Isto é, percebeu-se que era preciso criar jeitos de fortalecer os estudos e reflexões de textos bíblicos, organizar cursos de bíblia, trabalhar atividades pastorais com a bíblia... Ou seja, que houvesse, de modo explícito, a articulação, a animação e a dinamização de iniciativas típicas de uma pastoral, específica, bíblica.

Hoje, cada vez mais, fortalece-se a percepção de que não basta uma pastoral da bíblia; é mais decisivo que haja uma animação bíblica de toda vida e de toda a pastoral. Ou seja, ao invés de proporcionar iniciativas que destaquem estudos e reflexões bíblicas, é mais importante que a palavra bíblica esteja “presente”, motivando todas as práticas e atividades comunitárias. Que seja ‘luz’, inspiração e motivação básica em toda caminhada de fé. A reflexão e animação bíblica sejam como um “espírito” a permear, a conferir vitalidade e assegurar ‘vigor’ próprio a todas as ações pastorais e eclesiais.


Domingo da Palavra de Deus


Tais modos de dinamizar a pastoral recebem um incremento especial com as reflexões do Papa Francisco. Em final de setembro passado ele publicou uma Carta Apostólica (Aperuit illis) por meio da qual institui o Domingo da Palavra de Deus. Na Carta ele afirma: “estabeleço que o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”. E sugere que as comunidades encontrem as formas de viver, de modo solene, este Domingo.

Ao falar de motivações e razões para essa iniciativa, suas palavras são bem oportunas. São profundas e claras, dispensando considerações. Eis algumas expressões. “A Bíblia não pode ser patrimônio só de alguns e, menos ainda, uma coletânea de livros para poucos privilegiados. Pertence, antes de mais nada, ao povo convocado para a escutar e se reconhecer nesta Palavra. (...) A Bíblia é o livro do povo do Senhor que, escutando-a, passa da dispersão e divisão à unidade. A Palavra de Deus une os crentes e faz deles um só povo.”

E de modo bem incisivo, afirma: “O dia dedicado à Bíblia pretende ser, não ‘uma vez no ano’, mas uma vez por todo o ano, porque temos urgente necessidade de nos tornar familiares e íntimos da Sagrada Escritura e do Ressuscitado, que não cessa de partir a Palavra e o Pão na comunidade dos crentes. Para tal, precisamos de entrar em confidência assídua com a Sagrada Escritura; caso contrário, o coração fica frio e os olhos permanecem fechados, atingidos, como somos, por inumeráveis formas de cegueira”.

E conclui: “Possa o domingo dedicado à Palavra fazer crescer no povo de Deus uma religiosa e assídua familiaridade com as sagradas Escrituras, tal como ensinava o autor sagrado já nos tempos antigos: esta palavra ‘está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a praticares’ (Dt 30,14)”.


Pe. Carlos José Griebeler


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